quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Te encontro, mas nunca é você



Em cada esquina que atravesso, parece que te encontro

Em cada pessoa, em cada desvio de olhar perdido, todo encontro, te procuro em todos. E encontro em cada cheiro, em cada boca, da mesma forma que te encontro, te perco. Você some. Mas, antes, me tortura, me bagunça, me deixa em retalhos, no chão.

É como se eu conhecesse cada pequeno fragmento do seu corpo, sem mesmo ter tocado. Já sonhei tanto com você, com nossos beijos, desejos, corpo em transe, nós entrelaçados, parece ser tão real.

Até de olhos fechados eu te reconheceria, do outro lado da calçada, com outro perfume, roupas diferentes, na ponta do pés, dos pés a cabeça, em outro continente. Meu vício é querer se enganar.

E quando me declaro, sou louco.
Quando te perco, desmorono.
Igual agora. Em silêncio.
Se me declaro, sou louco.
Mas se não amo, não existo.
Sufoco meus afetos para não transparecer.

Queria que seus rios se encontrassem em meu oceano. Seu abraço me procurasse, não em qualquer cama, não nos corpos frios de outrem. Queria que você chamasse meu nome. E eu não tremesse de medo de te encontrar em mais ninguém.

Em toda esquina, te encontro em todo lugar, mas nunca é você.

"Que ódio de você".

Hudson Vicente.

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