É que você sempre espera um boa noite de quem não te dá um bom dia. Você mandou tantos corações, músicas, poemas, fotos aleatórias para quem só queria brincar de ter alguma coisa.
Você foi rápido, se entregou, mostrou o coração, pensou que o mar era profundo, mas o barco não saiu do raso, fez força pra remar e não tinha mais ninguém lá, só suas emoções.
É lógico que ele sumiu, é lógico que demorou para responder todas as suas mensagens, estava tudo muito claro, você até sonhou... inacreditável, contou até pra ele. E ele? Riu. Covarde, só riu.
Você sempre dançou sozinho. E a sua música nunca parou de tocar. Outros iguais a ele, tem em toda esquina; cada encruzilhada que você passou, encontrou um dele em corpos diferentes. Ele é comum. Foi só mais um que tentou te enganar.
Ele é frágil, não aguenta uma declaração. Aquele típico "tipinho" que foge. Você ama e isso desencoraja pessoas vulneráveis, inconstantes, que não estão acostumados a receber amor, intenso, alma aflita que se declara.
Eu sei, você se sentiu nu, usado, com vontade de vomitar quando abriu seu mundo e mesmo de longe permitiu que alguém participasse. Você olhou para ele e riu. Naquela noite, sem que ele percebesse, você continuou dançando sozinho.
Encantando olhares, desviando dos outros, você se fez forte e girou. O passo mais perfeito da sua dança maluca, sozinha, engraçada, embriagada, feliz. Tem lugar que não te cabe, tem gente que não te merece. Que não é homem pra te fazer feliz. Que não é.
Você sempre foi assim. Você permite que partam seu coração; se refaz, se desfaz, e anota para não errar mais: reconstrói cada parte sua e ama, como ninguém faz. Você é gente demais. Ele se assustou. Contrariado.
Por favor, não pare a música, dance esquisito mesmo e contagie quem é capaz de te ver amanhecendo pleno, enlouquecendo, translouco, às vezes é só você e seu copo cheio, colocando o mundo no mudo, sorrindo à toa.
Ontem triste.
Hoje não.
Hudson Vicente.
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