terça-feira, 29 de setembro de 2015

Por favor: espalhe o amor




Pensei que tinha me abandonado, as palavras me escapavam dentre os dedos, o coração respondia ao invés do cérebro; no espelho minha alma não traduzia minha imagem: embaçada, destorcida. Rei de bravura duvidosa. Vencia batalhas sem nem entrar na guerra. Perdia 'soldados' pela fraqueza cotidiana.
Lá estava o pequeno rei sem exército, escondido em um rosto comum. Pouco notado. Abalado por suas crises. No peito, sempre vazio, descobriu-se uma flor que brota vez ou outra na vida. Descobriu o mundo. Era como borboletas no estômago. E incomodavam.
Algumas tentativas frustradas de uma felicidade disfarçada de medo. O rei que destronou impérios, perdia a menor das guerras, a mais difícil de ser combatida. Por ele mesmo. Por medo… Dizia-se valente.
O rei que de grande, não tinha nem tamanho, notou-se príncipe, pequeno, sonhador. E por sonhar e fechar os olhos, sentia medo. Não do fracasso. Mas de se perder. Ora, não chora, "reizinho"! Acreditou tão veemente no que sentia, que perdeu a linha. Louco, se declarou. Em todas as letras e coisas lindas que as palavras poderiam dizer; disse.
Hoje quando vago pelas poesias expostas no peito de nossos poetas, me encontro. E entendo o pequeno rei quando disse que cativou aquilo que foi eterno, uma unica vez no mundo. As pessoas grandes têm dificuldades em entender o que quero dizer. É preciso ter paciência. E sabedoria. O rei que um dia foi príncipe e amou uma flor, foi cativado. Talvez quando amanhecer, o mundo entenda: procure ser feliz e espalhe amor.

Hudson Vicente.