Chovia muito. Gritaram para que eu abrisse o guarda chuva. Senti até frio. Mas não o fiz. Deixei cair cada gota. Uma nova história, era o que eu precisava. É o que se faz quando a alma não está em paz. Deixa limpar o que não está certo, tira as cascas do duvidoso, cura, ainda que momentaneamente, a tristeza do coração. É o que se pode fazer nesse temporal. Chovia e minha alma dançava feliz na chuva.
Feito gratidão, ali, de ombros cabisbaixos, cabeça baixa, cansaço físico e emocional, eu era poesia. O mundo caos.
Quando chove, floresço.
Resfriado se cura com comprimidos. Dor, só se cura com muito amor. E eu sou amor... quando venço minhas batalhas, afrontando meus demônios internos.
Pode chorar, as impurezas, a chuva leva, o vento sopra e seca; se olhar pro céu, pode construir um arco-íris só teu. Ai de quem duvidar.
Menino, tua flor, deixa molhar!
Hudson Vicente.