segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Poeta, Deus é teu
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Nunca mais vou esquecer aqueles olhos
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Dentro de você, na rua ao lado.
No meu silêncio profundo, já não sinto mais medo do mundo, queria Deus não sentisse tudo, olho meus retalhos, me perco, me deixo ali, no canto. Meu pranto hoje é saudade. Do que fui, do que poderia ter sido e deixei de ser. Não que agora esteja arrependido. Tenho tudo, menos tempo pra morrer.
Que Deus não me veja mais nessa incerteza de viver no amanhecer, eu nem sei em que parte estou. O que me resta é solidão pra dar e vender. Quem comprará?
Deixa eu fazer um único pedido nessa noite sem sentido? Me beija agora, tira minha roupa, não me deixa agonizar sem antes gozar. Cola teu corpo nu, aqui junto do meu, pela última vez antes de partir. Não, eu não vou morrer mas preciso partir.
Meu fim? Me declarei igual um narciso, sonhador, nem era amor. Teu sexo meu alucionou, me entorpeceu, no ápice do gozo, você insistia que era amor. Só ri. Despudorado nem senti quando você saiu de mim. Era fácil chegar à glória.
Parece tarde pra sermos qualquer coisa além de nada. Minha profundidade te assusta? Sem tempo pra gente rasa. Coisa estranha eu sinto, meu coração tem batido menos, está cansado, pobre coitado. Seria agora meu fim? Antes fosse, que Deus deixasse eu ir, sem fazer alarde. Sempre caio em tentação, entre o bem o mal, vou além.
Ainda não se cansou de me procurar em lugares que eu nunca nem estive?
Hudson Vicente.
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
A miserável noite dos que morrem de amor
No centro do caos há uma festa de um mundo novo. Respiro fundo. Renasço de novo. O amor deixei pra lá, parecia pouco. E era muito. Tão louco, sóbrio, decadente. Não era estrela. De repente, virou gente.
Pequeno como um toco, partiu pro lado escuro, oculto, se perdeu, tão novo.
Parece que é feito de partidas. E nunca vence. Só perde. Está no seu fracasso, o DNA dos que não chegam lá.
Na noite, esbórnia, mistura de tudo, álcool e pó branco, se sente desejado e vazio. Amanhece e não tem ninguém. Só uma caixinha de som desconectada, perdendo bateria.
Se eu te olhar agora, eu me deprimo. Prefiro fechar os olhos. E te esquecer. Me pergunta se conseguiremos perdoar um aos olhos do outro? Sei lá, sei não. Não quero descobrir. Infinito é o mar e o céu.
O seu caiu? Parece que não. Pensei que seria um herói, pegou o pior papel de vilão. Eles diziam pra mim que tu partirias meu coração. Eu deixei. Te dei as mãos e não soltei.
O mundo parece sem graça, sem vida, sem cor. Sou um retrato preto e branco do século passado. Morri de novo. Covarde, os que tentaram me arrasar, enquanto estava caído no chão. Vento soprou, me recompus, enchi um balão para flutuar.
Era canto, era pranto, era grito, era amor. Não é mais? Silêncio. Cadê tua voz? A festa acabou. A droga acabou. A bebida acabou. Parece que tudo acabou. Até amizade.
E se eu fechar os olhos antes de você?...
Hudson Vicente.