terça-feira, 29 de agosto de 2017

Só não dança quem é triste


Um dia você vai ser feliz, vai ter tanto amor, vai aprender como é bom sonhar, vai tocar os outros com carinho, olhar de admiração, coração vai abraçar sem precisar das palavras.
Um dia alguém virá pra te bagunçar, vai ser sua própria casa, nem vai precisar 'morar de aluguel em corações alheios', vai te provocar uma nova loucura, vai te fazer flutuar no céu e se perder como um balão azul; vai te observar, mudo e brilhante, como as estrelas da noite.
E ninguém nunca sabe quando vai ser, pois a gente nunca está preparado para aquilo que sempre esperamos.
Podemos dançar, sozinhos, esquisitos, errando todos os passos daquela dança alegre e pura que inventamos só para poder amar. Porque difícil não é tentar, é ficar parado sem saber onde chegar. Rodopiei, sem vergonha de errar.
É que meu bem, na dança da vida, só não dança quem é triste.

Hudson Vicente.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Dança mais um pouco


corre tão depressa que às vezes nem percebe que está parado, a vida da gente às vezes estaciona, que afoitos, mal anotamos a placa.
acelera mais que coração apaixonado ou colocado, tipo ecstasy e sente cada batida de uma maneira diferente.
fecha os olhos e viaja, pra tão longe que nem nota o outro do lado, ali, na mesma vibração, rindo, surtando, fazendo cara de mau, em transe.
pensa que pode voar e dança mais um pouco, meio esquisito, meio sem compasso, meio sem querer.
e ri, abraça o amigo, abraço o estranho, aquele conhecido e todo mundo já faz parte de um todo. bando de loucos, não são poucos os que amam e no dia seguinte nem se lembram para onde foram, às vezes morre e apaga aquela ideia que atormenta. pensa que é imortal.
vai lá: dança mais um pouco, se liberta de todos os seus demônios; são medos, agora, presos, no íntimo de suas almas. que me adianta escrever se ninguém de fora vai entender?
tu sente? nessa viagem, estamos todos de passagem. nem sempre demora. os caminhos são tortos. levanta e dança mais um pouco, porque no fim, a gente morre. e estarão todos dançando além da imaginação.
ei, me deixa aqui, mas não faz silêncio. quero dançar o resto da vida e deixá-la me levar. um dia eu vou partir e isso aqui vai ser igual para todos.
vou rodopiar. obrigado pela carona, a gente ainda se esbarra de novo, mais tarde ou agora. a música não para quando a alma dança feliz.

Hudson Vicente.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Tua volta nunca tem volta


Vem logo, enquanto é dia
mesmo que o sol não demore
daqui a pouco é noite
no meu peito transcorre uma saudade boa.

Eu queria mesmo é que tu quisesse
e viesse logo depressa e sem pressa
ficasse por horas a observar
infinitos pôr do sol e algumas noites lunar.

Não suporto esperar, é meu caos te desejar
acelero o coração e fico a sonhar
tua volta nunca tem volta
meu coração se desespera, às vezes o inferno é amar

parece que tu não volta...

Hudson Vicente.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Podemos sorrir


Já vi beleza em céus escuros e tristeza em sorrisos contrários
Senti o amargo de uma manhã doce
e o frescor de uma tarde ensolarada.

Nos olhos dos outros enxerguei o mundo, por alguns segundos fiquei parado, observando a vida
Perdi tempo, ganhei histórias.

Ja ri de tudo
Zanguei por nada.

Coração da gente faz umas escolhas difíceis
Às vezes anseia, extrapola, a razão se justifica mas se perde em paz.

Olhei alguns voos solitários da janela do meu quarto
Confesso que cansei da paisagem e olhos cheios de esperança de quem nunca soube sorrir.

Para tudo na vida tem o lado bom, o recomeço diário, uma lição do universo
Para dar errado, basta existir, mas que seja infinita essa vontade de vencer todo dia.


No final de tudo, vamos sorrir.

Hudson Vicente.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Há quem diga que isso não é amor


sempre me perguntaram: de onde vem?
por descuido ou preguiça eu sou sempre oculto.
da vida, do mundo.
é clichê dizer que está no céu, no mar, no horizonte, nas flores, até da estrada; inevitável.
exploro outro caminho, o qual nunca fora percorrido.
vem dos sonhos, também de olhos abertos (não quero perder nada de vista); na magia, do doce acaso; no olhar de compaixão de meu avô por minha avó e seus olhos de 74 anos, cansados; no abraço contido entre dois amigos distantes; no carinho na cabeça de dois namorados; em uma tarde fria no meio de julho - o silêncio diz tudo; no amor reprimido e censurado do vizinho do 108 pelo motoboy da farmácia - seu coração estremecia de longe, quem não notaria?; no choro contido de raiva; no tragar de um baseado na beira da praia; o céu a noite fica lindo, coberto de poeira cósmica, brilhantes; nas viagens que a cabeça faz para Nárnia, para Marte (e amarte?), Tão Tão Tão Distante, para Flórida, Plutão ou Espaço sideral...
viaja até as estrelas e é para lá que me encontro entre o sol e a lua, entre o céu e o mar, a chuva vira conexão.
e há quem diga que isso não é amor.
mas minha resposta é simples: nem tudo que eu sinto eu vejo.
nem tudo que vejo é real.
só o coração é toda poesia.
então vou colorindo meu caminho.
aceito companhias e cores
- para tingir a vida.

Hudson Vicente.