quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Quando chove, a alma floresce


Chovia muito. Gritaram para que eu abrisse o guarda chuva. Senti até frio. Mas não o fiz. Deixei cair cada gota. Uma nova história, era o que eu precisava. É o que se faz quando a alma não está em paz. Deixa limpar o que não está certo, tira as cascas do duvidoso, cura, ainda que momentaneamente, a tristeza do coração. É o que se pode fazer nesse temporal. Chovia e minha alma dançava feliz na chuva.
Feito gratidão, ali, de ombros cabisbaixos, cabeça baixa, cansaço físico e emocional, eu era poesia. O mundo caos.
Quando chove, floresço.
Resfriado se cura com comprimidos. Dor, só se cura com muito amor. E eu sou amor... quando venço minhas batalhas, afrontando meus demônios internos.
Pode chorar, as impurezas, a chuva leva, o vento sopra e seca; se olhar pro céu, pode construir um arco-íris só teu. Ai de quem duvidar.
Menino, tua flor, deixa molhar!

Hudson Vicente.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Bons ventos


Quis sonhar junto mas você tinha medo de fechar os olhos e acreditar!

Mudei de quarto, de lado, de cama, de posição, mas o sono não vem.
O que é que você tem?
Não era o momento. Você não estava confuso. Você só não queria, entendo. Tem gente que se esconde, quando é para abrir o coração. Agora a gente já não procura mais o outro. Tudo por uma questão de orgulho. Lamento. Também não quero ser seu amigo. Já tenho muitos amigos para cuidar. É melhor a distância, daquilo que pouco foi próximo. Diremos um para o outro, como no latim: carpie diem. Vai lá, aproveite o momento!
Me assustei quando pensei que saudade não passasse. Vou acenar de longe e te desejar coisas boas. Nossos laços, a vida transformou em nó; porque a gente no fim, nunca é felizes para sempre.
Bons ventos, pessoa!

Hudson Vicente.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Amor é sorte


coração forte. mesmo machucado. ele insiste. e bate. te abriga. sustenta e não para. é precioso. com tanta gente lá dentro. depois do caos. da tempestade. ele bate. como uma bebida forte que não derruba. aceita ainda mais gente. pode entrar. só não repare a bagunça.
e continua. enquanto alguns lhe usam. pulam do barco. vão embora. bate na porta e quer entrar. no temporal é feito abrigo. ele acolhe. outros vão embora sem nem se despedir.
ele bate. e continuará batendo. meu coração é forte. não precisa de sorte. tem gente que vem e vai. respira fundo. uma hora também te acolhem. e bate. amor é sorte e eu ando tendo bastante azar.

Hudson Vicente.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Um caminho: um encontro


Alguns amores parece pouco. Nunca amei igual. Já senti o mundo, já me senti fora dele. Apreciei a vista, me cansei; fui egoísta, já banquei o altruísta; já quis até nada sentir. Errei feio quando misturei amizade com amor ou quando transformei porre em uma grande ressaca. Pouco me contive no sentir.
Paixões já fracassadas, algumas bonitas, trouxeram vida, brilho nos olhos e sorriso no rosto.
Alguns amores passageiros, já se foram de tão apressados. Outros nem notei; partiram, simplesmente, partiram. E a vida torna tudo quase mágico, meio bobo. Suspirei. Espero, no meu caminho, no meu tempo, o meu encontro.
Ora, afinal, o amor sempre vem...
No seu tempo...

Hudson Vicente. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Dias esquecidos


Conjunto de estrelas no céu, universo perfeito e raro. Órbito em planetas desconhecidos, poeiras cósmicas espalhadas, lua distante do mar, céu  escuro que não teve pôr do sol.
Quem perde o voo das asas que se partiram? Quem fala olhando nos olhos quando o sorriso é perceptível? Teu rosto bonito já partiu meu coração. Amei feito passarinho.
Mas se quiseres me chamar para amar, não faço desfeita, aceito e voo. Apesar de me despedaçar, permaneço inteiro. Covarde não sou.
Partidas que não voltam, dias esquecidos... insisto, amei, mesmo sem ser correspondido. Parece que nenhuma grande história é feita só de sorrisos.

Hudson Vicente.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O céu é tão grande


Te amei
Amei sim
Grande
Por mim
Nunca cobrei amor
Nunca
Amei livre
Porque quis
Já me pediram calma
Logo pra mim
Fui metamorfose
Era minha grande história pra contar
Feito de capítulos lindos
Meus
De ninguém
Partir foi inevitável
Amar foi consciente
Agora escrevo com teu sorriso no meu rosto
Voei
Quando tu abriu tuas asas
Às vezes chorei
Sozinho
Sem ter ninho
Mas me remontei
De um mal que não fez mal
Fez bem
Foi bom
Foi lindo
Só chorei porque acabou
A gente se acostuma com carinho
Ainda mais quando nunca tem
Eu tive
Tu tem sempre
Enquanto me lembrar
Eu vou te amar
Mesmo de longe
A gente se cativou
Foi tudo tão maravilhoso
Tu disse
Não te prometo minha eternidade
Mas sim meu afeto eterno
Voemos
O céu é tão grande.

Hudson Vicente.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Folha manchada de vinho barato


Lá se foi mais uma garrafa de vinho barato. Eu me encontro bêbado, no meio da sala de estar. Sorrio e choro, estão todos sem entender. Manchei minha folha inteira com o resto de vinho. Minha mãe veio secar minhas lágrimas e me deu um beijo na testa. Não a encarei nos olhos. Não tive coragem. Estão olhando para um bêbado ridículo que escreve para se salvar e bebe para se encontrar. Peço para que me deixem só. Essa é a minha sentença. Chorar, sorrindo, no meio da multidão.
Não vou culpar ninguém. Não há abraços que me acolham neste momento. Vê? Estou triste. Aqui ninguém é feliz. Não há quem me ame. Perdi o tesão e o brilho nos olhos.
Pode tocar, não vou te sentir. Estou anestesiado. Sou só um drogado, viciado em solidão. Não precisa ter paciência, nem me mostre o caminho, não me siga, estou perdido.
Desliga tudo, apaga tudo. Abre a janela. Me deixa olhar o céu. Sentir a imensidão. Me sinto vazio. Amei a lua e as estrelas. Mas isso aqui não é sobre amor. É desequilíbrio sentimental. Pode ir embora, só não deixa meu copo vazio.

Hudson Vicente.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Floresceu



Você saiu por aí, com a cara e a coragem,
sorriso solto, olhos abertos, pés descalços,
coração nas nuvens;
te enxerguei nos reflexos do mar quando o rio
escorria "descontido".
Assustado, perguntei: Quer ajuda?
Sorri, o universo floresceu.
Deixe as malas, só leve o que faz bem
para a alma.

Hudson Vicente.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Até amor tem



Para meu futuro amor:
Ao entrar na minha vida, entre de peito aberto. Se ficar, permaneça amando. Se for sair, deixe uma boa lembrança e só leve o que conquistou. Não deixe dor não, por favor. O outro precisa chegar e encontrar o melhor daqui também: só amor e o bem.
A cama é pequena, mas tem lugar pra dois. O quarto é pequeno, mas ajeitando tem espaço pra mais um. A casa é pequena, mas dá pra gente se entender. O coração é ao contrário. Ele é grande demais. Tão grande que só tem espaço pra um. Só tem espaço pro amor. Ajeitando bem, até amo mais.
Quer juntar?

Hudson Vicente.

terça-feira, 10 de outubro de 2017



Um dia vira amor
Um dia virá o amor
Não vou fugir 
Pego e amo
Faço da dor algo tão maior
Que não se explica nem em mais uma linha aqui embaixo
Só vai restar algumas pequenas palavras
E assino meu nome
Sem tanto espaço para lamentos
A vida me traz perguntas
Quando o Universo não dá conta de todas as questões
Sigo meu caminho
Outra vez
Sinto muito
Por você sentir tão pouco
Não tente conter meu caos
Pois quando floresço
Os espinhos caem
E desabrocho
Aqui se plantar amor
Vai colher amor
Só.

Hudson Vicente.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Saudade de mim


Quando chove mãe não vê
Deixou roupas no varal
Esqueci de recolher
Pai não sabe
Ou finge não saber
Chora quietinho quando lê coisas de amor
Coração duro
Orgulho farto
Como pode alguém assim viver?
Penso que não existe
Não sente como dói
Viver sozinho sem despedidas
Quem foi o último a dizer adeus?
Quanto tempo você não conversa com Deus?
Me nota aqui quando tudo te esquece
Quem fala de amor é por que sofreu?
Versos em vão te recitam sem precisão
Estrofes caídas te refletem no espelho da noite
Sussurros do quarto ao lado
Quem vai me condenar quando eu gritar ao mundo todo
Impossível viver sem amor
Mãe, a chuva estiou
Pai, o peito ainda dói
Você não precisa ser forte o tempo todo
Desmorona, vai, eu te reconstruo
Te remonto num abraço
Saudade de casa
Jantar na sala de estar
Assistir nosso time a jogar futebol
Brigar com os irmãos
Casa vazia
Silêncio
Quem se lembra de mim?
Saudade de mim.

Hudson Vicente.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Dentro de mim, me excedo


Outra vez escurece. Não faz frio lá fora. O céu é um azul escuro lindo, quase preto. Último "setembro" do ano. Vento sopra miúdo. Quem desconfia? A cadeira na varanda balança sozinha. Venho escrevendo para me salvar. De mim mesmo. Ou me encontrar. Se estou perdido, quem me protege do mundo? Fixo meus olhos no nada. O infinito? Rio, imaturo. Tem sempre algo bonito.
Passarinho que ainda não aprendeu a pousar. Frequento bares, boates, caio na gandaia, me enfio em becos turvos, troco passos com o perigo. O caos te apavora, malandro, tem Zé em qualquer esquina! Às vezes é porre, outrora é ressaca. Minha flor de pétala doce, teu cigarro na mão direita, o copo na esquerda, gira e encanta a roda. Sorri. Quase grita. Espanta. Já amei. Cai. Passei vergonha. Vomitei nomes entre soluços engasgados. Me conformei. Auroras tinham gosto de saudade. Vontade de voltar. Ela não deixa. Sigo. Me faço de grande. Quem é ela?, todos perguntam. Sorrio. É a vida. Teus olhos. Tem olhos que me encaram como se eu fosse uma droga ilícita que queria usar. Às vezes aceito e me doo. Por tão pouco que é quase nada. Não tira a música de mim. Aquela repetida que te trai no aleatório e você não pula pela emoção que me causa. Mas eu não sou importante quando a noite chega e você procura diversão em outros copos, corpos, olhares que dissimulam malícia.
Só sou importante quando dou prazer. Tesão não importa. Eu te excito até de olhos fechados. Sou eu? Minha rosa? E isso também não chega a ser importante.
Primavera. Trago comigo tanto desejo dentro de mim, que me excedo. Não caibo. Transbordo. Me trato. Me perco. Te ligo. Você atende. Faz charme. Me deseja. E me tem. Eu tolo, me entrego. Me despedaço. Com um copo cheio de bebida na mão.
Sinto de fato algo tão grande que não dá para ser recitado em mais algum verso aqui embaixo.
Seus olhos são lindos quando sua boca sorri para mim.

Hudson Vicente.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Vai ficar tudo bem


Seu rosto triste, parece sentir saudade de casa.
Seus olhos não mentem, o agora, enorme vazio que sente.
Solidão camuflada pesa sobre seus pequenos ombros.
Quer colo pra descansar, chorar, explodir, mas sua tímida voz, não pede.
Não por orgulho, e sim por achar que vai incomodar.
Não vai.
Cola sua tristeza sobre mim, não vai doer.
Desagarra do que te puxa pra baixo, faça como os pássaros e voa.
Desapegar da tristeza é dar boas vindas ao prazer dos sorrisos sinceros.
E eu espero que ajude, que tudo passe, que você melhore.
Pois como você, eu também me sinto assim.
A gente precisa acreditar, porque vai passar!
Você não está sozinho.
Eu estou aqui por você.
Vai ficar tudo bem.
Amo você!

Hudson Vicente.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Poesia me dá asas


Tem quem não goste de pedra. Eu tropeço em pedras. Às vezes encontro flor. Flores. No meu caminho. Sorrio. Feito pipa avoada no céu. Vento passa e acaricia o rosto. Me sinto menino. O mundo briga comigo e me pede para ser adulto. Maduro. Quero correr descalço, reaprender a andar de bicicleta. Desaprendi. Perdi o equilíbrio. Dá um trabalhão danado. Às vezes nem posso chorar. Ou não tenho tempo, ou vão dizer que não tenho motivo. Sinto saudade de deitar no chão do meu quintal e olhar pro céu, imaginar desenhos nas nuvens. Era uma grande diversão. Se faço isso hoje, me olham estranho, chamam de maluco. Parece que ser adulto é perder privilégios, ao invés de ganhar. Deixa eu sentar aqui e te fazer rir, contar histórias, segurar sua mão. Vou te contar uma piada meio boba, quase inocente. Não está com tempo, não é?! Meu sonho é virar pássaro. Morar no céu. Azul. Lindo. Explorar minhas asas. Deixar de me importar.
Vou deixar que me olhem torto, me achem bobo, me chamem de louco. Mas peço pro universo que jamais deixe morrer essa minha criança que implora pra eu não crescer. A vida me cobra maturidade, meu menino me cobra sorrisos e bobagens. Eu preciso de fantasia, carnaval não se pula sem serpentina. Me deixa bancar o Pierrot, ser só amigo da Colombina, eles não são um par. Por que vilanizar Arlequim? A vida fica mais gostosa quando a gente aprende a sorrir. O sol fica me chamando pra gandaia. Deixa eu aplaudir esse fim de tarde, antes que eu me esqueça. Deixa tocar Los Hermanos bem alto. Eu vou aprender a ser um vencedor, vou levando a vida devagar. Eu gosto de flor. Tantas pedras no caminho devem querer dizer alguma coisa ou me levar a algum lugar. Seguindo em frente, eu olho o mar. Vou aprendendo a navegar. Deixa partir. Deixa voar. Vou abrir minhas asas, orientar meu voo. Quem sabe assim não me deixam ser quem sou.
Não sou homem. Não sou mulher. Eu sou um menino. Sou um evento. Como vento, às vezes, viro furacão. Faz parte do show.

Hudson Vicente.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Encontros casuais


tem gente que vem pra acrescentar a gente
e você veio
sorriso aberto
aperto de mãos
abraço apertado
"eu tô contigo e não abro"
força pra seguir a viagem
- perguntou:
vamos encarar o mundo juntos?

sorri
respondi que sim
obrigado.

parecia pouco
mas era muito.

Hudson Vicente.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Segunda feira


Quando me perguntam o que eu quero da vida, demoro sempre a responder, rio (de desespero), enrolo, penso mais um pouco, ensaio uma frase de efeito ou algum clichê cotidiano do tipo deixo a vida me levar.
Tenho receio de não convencer. O que você quer da vida quando você só tem 21 anos? Grito por paz, amor e liberdade. Uns amigos legais, um emprego bacana e alguém pra fazer carinho e amor no final do dia. Mas a resposta muda se me perguntam isso em um final de semana quando o que eu mais quero é curtição e viver tudo que não vivi. É sempre um caminho perigoso. Como agora. Em uma segunda feira, onde eu tenho mais medos do que coragens.
Então você pode me perguntar do que eu tenho medo. Vou te responder: descobrir o sentido da vida e entender essa merda toda, vou dizer baixinho que tenho medo de rato, da morte, do meu time perder (mais) uma final para o maior rival, perder meus pais, envelhecer, casar, engravidar uma mulher; tenho medo do Temer, medo de religião e todo esse mal que fazem para justificar a falta de amor; tenho medo também das segundas feiras, ler Paulo Coelho, brigar por diva pop e ser considerado fã da Beyoncé; medo das promessas de eternidade e assistir filme de terror legendado. Entre alguns outros que já não vale a pena ser citado.
Eu entendo, sempre fujo quando me perguntam o que eu quero da vida. Eu quero tudo, quero o mundo e não esperar nada da vida nem de ninguém. Inevitável. Nessa roda gigante, entendi o que a vida quer de mim: coragem. Estou só de passagem, nesse jogo de brincar de viver, vou aprendendo, vou errando, vou acertando. Sou aprendiz porque 'a estrada vai além do que se vê'.

Hudson Vicente.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Só não dança quem é triste


Um dia você vai ser feliz, vai ter tanto amor, vai aprender como é bom sonhar, vai tocar os outros com carinho, olhar de admiração, coração vai abraçar sem precisar das palavras.
Um dia alguém virá pra te bagunçar, vai ser sua própria casa, nem vai precisar 'morar de aluguel em corações alheios', vai te provocar uma nova loucura, vai te fazer flutuar no céu e se perder como um balão azul; vai te observar, mudo e brilhante, como as estrelas da noite.
E ninguém nunca sabe quando vai ser, pois a gente nunca está preparado para aquilo que sempre esperamos.
Podemos dançar, sozinhos, esquisitos, errando todos os passos daquela dança alegre e pura que inventamos só para poder amar. Porque difícil não é tentar, é ficar parado sem saber onde chegar. Rodopiei, sem vergonha de errar.
É que meu bem, na dança da vida, só não dança quem é triste.

Hudson Vicente.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Dança mais um pouco


corre tão depressa que às vezes nem percebe que está parado, a vida da gente às vezes estaciona, que afoitos, mal anotamos a placa.
acelera mais que coração apaixonado ou colocado, tipo ecstasy e sente cada batida de uma maneira diferente.
fecha os olhos e viaja, pra tão longe que nem nota o outro do lado, ali, na mesma vibração, rindo, surtando, fazendo cara de mau, em transe.
pensa que pode voar e dança mais um pouco, meio esquisito, meio sem compasso, meio sem querer.
e ri, abraça o amigo, abraço o estranho, aquele conhecido e todo mundo já faz parte de um todo. bando de loucos, não são poucos os que amam e no dia seguinte nem se lembram para onde foram, às vezes morre e apaga aquela ideia que atormenta. pensa que é imortal.
vai lá: dança mais um pouco, se liberta de todos os seus demônios; são medos, agora, presos, no íntimo de suas almas. que me adianta escrever se ninguém de fora vai entender?
tu sente? nessa viagem, estamos todos de passagem. nem sempre demora. os caminhos são tortos. levanta e dança mais um pouco, porque no fim, a gente morre. e estarão todos dançando além da imaginação.
ei, me deixa aqui, mas não faz silêncio. quero dançar o resto da vida e deixá-la me levar. um dia eu vou partir e isso aqui vai ser igual para todos.
vou rodopiar. obrigado pela carona, a gente ainda se esbarra de novo, mais tarde ou agora. a música não para quando a alma dança feliz.

Hudson Vicente.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Tua volta nunca tem volta


Vem logo, enquanto é dia
mesmo que o sol não demore
daqui a pouco é noite
no meu peito transcorre uma saudade boa.

Eu queria mesmo é que tu quisesse
e viesse logo depressa e sem pressa
ficasse por horas a observar
infinitos pôr do sol e algumas noites lunar.

Não suporto esperar, é meu caos te desejar
acelero o coração e fico a sonhar
tua volta nunca tem volta
meu coração se desespera, às vezes o inferno é amar

parece que tu não volta...

Hudson Vicente.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Podemos sorrir


Já vi beleza em céus escuros e tristeza em sorrisos contrários
Senti o amargo de uma manhã doce
e o frescor de uma tarde ensolarada.

Nos olhos dos outros enxerguei o mundo, por alguns segundos fiquei parado, observando a vida
Perdi tempo, ganhei histórias.

Ja ri de tudo
Zanguei por nada.

Coração da gente faz umas escolhas difíceis
Às vezes anseia, extrapola, a razão se justifica mas se perde em paz.

Olhei alguns voos solitários da janela do meu quarto
Confesso que cansei da paisagem e olhos cheios de esperança de quem nunca soube sorrir.

Para tudo na vida tem o lado bom, o recomeço diário, uma lição do universo
Para dar errado, basta existir, mas que seja infinita essa vontade de vencer todo dia.


No final de tudo, vamos sorrir.

Hudson Vicente.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Há quem diga que isso não é amor


sempre me perguntaram: de onde vem?
por descuido ou preguiça eu sou sempre oculto.
da vida, do mundo.
é clichê dizer que está no céu, no mar, no horizonte, nas flores, até da estrada; inevitável.
exploro outro caminho, o qual nunca fora percorrido.
vem dos sonhos, também de olhos abertos (não quero perder nada de vista); na magia, do doce acaso; no olhar de compaixão de meu avô por minha avó e seus olhos de 74 anos, cansados; no abraço contido entre dois amigos distantes; no carinho na cabeça de dois namorados; em uma tarde fria no meio de julho - o silêncio diz tudo; no amor reprimido e censurado do vizinho do 108 pelo motoboy da farmácia - seu coração estremecia de longe, quem não notaria?; no choro contido de raiva; no tragar de um baseado na beira da praia; o céu a noite fica lindo, coberto de poeira cósmica, brilhantes; nas viagens que a cabeça faz para Nárnia, para Marte (e amarte?), Tão Tão Tão Distante, para Flórida, Plutão ou Espaço sideral...
viaja até as estrelas e é para lá que me encontro entre o sol e a lua, entre o céu e o mar, a chuva vira conexão.
e há quem diga que isso não é amor.
mas minha resposta é simples: nem tudo que eu sinto eu vejo.
nem tudo que vejo é real.
só o coração é toda poesia.
então vou colorindo meu caminho.
aceito companhias e cores
- para tingir a vida.

Hudson Vicente.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Flores de plásticos fazem mal à natureza

Escrevi agora para me salvar.
Do amargo, do cheiro de podre lá fora, do sangue derramado no chão - alguém se feriu. Eu estou por dentro. Por fora a gente disfarça, sorri e basta. Todos dizem que você é feliz. Não questionam saudade. Não sabem lidar com a rejeição de que nem tudo na vida vai bem. As coisas vão mal. A gente sabe que está todo mundo com medo. Do que? Do que a gente não expõe. Virou moda esconder o coração e mostrar o corpo. Só o corpo. Porque é o tesão que conta mais. É vazio. Virou moda ser personagem. Quem mais senta aqui comigo e fala dos medos, dos sonhos, do dia a dia? Quem vai sentar aqui e compartilhar sua história? Me diz o quanto você é incrível e foi maravilhoso hoje? Quem vai sentar aqui comigo e rir, tomar umas cervejas, lembrar algumas histórias tristes, sentir falta de alguém e pegar mais na minha mão do que no celular? Você vai enxergar meus olhos brilhando de admiração por sua atitude ou vai dar mais atenção às suas notificações virtuais? Você vai ficar aqui comigo do meu lado ou vai estar em outro lugar com outras pessoas que não estão perto de você? Hoje é muito pouco para amanhã. Perdemos o "timing" do agora. Do frio na barriga da descoberta. Perdemos a emoção de acordar ao lado de alguém e desejar bom dia. A vida virou um jogo de desinteresse. É o câncer da nossa geração sentir menos. Ninguém liga.
Não. Vocês estão perdidos. Sintam mais. Não faz mal dizer que sentiu saudade. Não vai doer nada. Eu não vou sair correndo. Você não será louco. Diz sim. Grita. Faz poesia. Me acorda de madruga. Prometo acordar de bom humor. Vou ter um bom dia. Vou desejar bom dia.
Sorrir é florir. Sorrir para alguém é como beijar a alma do outro. Cuida do seu jardim pra ele cativar, cultivar o melhor que a vida tem. Sem superficialidade. Flores de plásticos fazem mal à nossa natureza. Seja real. Quem é você?
Senti um embrulho no estômago quando eu ouvi tiros na rua. Senti medo. Quase disse deus me livre!, protejam nossas famílias. O céu traz paz. A terra está um purgatório. Não escrevi sobre ninguém. Mas preciso gritar meu amor a todo instante. Viver é a coisa mais rara do mundo. Senta aqui, vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem. Para de ser ingessado. Cansa perder tempo com aquilo que não têm alma. Amar, é verdade, faz um bem danado. Se sentir dor, grita. Só não enlouqueça com essa gente que acha bonito esconder o que sente.

Hudson Vicente.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Na estrada da vida





estrada escura
luzes no céu 
estrelas perdidas
de longe está perto
de perto está longe
vai e vem de carros
caminhões buzinam
incomodam o verde do mato
cadê a lua?
tá no céu sem véu
o que enxerga quando não se vê?
o infinito
depende do epílogo
é breu e às vezes frio
não é casaco que esquenta é abraço
requenta
sorri além da estrada
e a vida
te ama
abastece o peito com carinho
no meio do caminho se emociona
que flor é essa com cheiro de pedra
pétala
eu errei
o céu?
olha o céu
cadê o céu?
to no chão
de cabeça pra baixo
aplaudindo a coragem
alguém vai sem deixar nada
me esqueci
perdi o interesse de casa
digo endereço
deixa eu caminhar
correr que seja
amo minha liberdade
cê tá bem?
se quiser segura minha mão
não se prende
mas não se solta do que te faz bem
ainda temos a mesma lua para admirar
faz um pedido ao infinito
que essa aventura de viver nunca tenha fim
sinto coisas lindas
na vida
me sinto vivo.

Hudson Vicente. 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Amor sem finais


quando eu te disse, amor, que te escrevia, não
foi pra me vingar de tudo que eu sentia
foi amor e ele não se apaga, por mais que doa, amor invade feito tsunami é igual tosse, não dá pra conter
não me leve a mal, amor; me leve bem leve no canto do seu peito, nem que seja esprimido, mundo a fora
me leve, leve, seja para Luxemburgo ou Doha; pra onde você for, só não se sinta mal
te amei num pretérito perfeito, uma história tão linda que eu nunca consegui colocar ponto final
as vírgulas aqui, insistentes, insistem para que não tenha fim; queria assinar meu nome no final da linha aqui embaixo e que você entendesse de uma vez por todas: eu não te amei, amor, por obrigação, a vida quis assim, sem (pontos) finais

Hudson Vicente.

terça-feira, 23 de maio de 2017

(R)efeito

foi por um triz
me refiz
depois de tanto correr
estou aprendendo a caminhar
pra quê fingir ser feliz?

juntando caquinho por caquinho
não encontrei ninguém
uma casa cheia de espaço vazio
será que posso chamar de lar?
quem nunca se perdeu pelo caminho?

não volta
não volta nunca
nem o tempo andando em passos lentos para trás
também não sei pra onde vou
mas voo

porque tenho asas
não paraquedas
chegamos a um ponto.
sabe voltar?
só sei voar

sozinho
no escuro
menino
feito de cores lindas
seu sorriso ainda me alegra.

Hudson Vicente.

terça-feira, 18 de abril de 2017

O que te afeta?



caiu a noite
tão dispersa
deitei na cama
pra sonhar
e apaguei

não olhei o relógio
quando menos esperei
amanheci
segui te esperando
sozinho

tanta espera
sem nenhuma volta
os quadros da parede se mexiam
pareciam tontos feitos por Dalí
surreal

amanheceu
sol na cara
levantei
nem tomei café
queria tomar um porre

não sei porquê
comecei a beber
pus uma música triste
eu me sentia forte
mas estava sem sorte
 
quase me emocionei
sentei na mesa do bar
tomei alguns goles
contei sobre você
e sorri...

amassei saudade no peito 
demorei pra entender 
tem que dar espaço
se amar é livre
por que te prendi aqui?

e se os copos refletissem a mesa do bar
será que ainda nos enxergaria
sorrindo
um de frente pro outro?
faz de conta que a tristeza não existe

há sempre uma música tocando dentro da gente
quando a vida aperta
eu banco o poeta
já quando a saudade afrouxa
eu brindo a vida

apaguei o cigarro
tirei o sapato
andei de pés descalços
me doei
mesmo me doendo

saí por aí recitando
"sou uma flor
nessa sua noite suja
quer me abraçar?
não tenho nada além dos meus sentimentos"

que ninguém pense
porque chorei
não vou sorrir mais
preciso insistir
a vida me cobra amor a todo tempo.

Hudson Vicente.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Flor da noite



Deixei de ser garota de programa. Cansativo essa vida de dar prazer às pessoas a hora que elas bem querem. E amor? Quem sente? Eu não sinto nem por mim. Me abraçavam como se eu fosse papel. Não existia carinho em noites frias. Era sempre difícil sentir tesão às seis horas da manhã, em uma segunda feira. Eu sou apenas um pedaço de carne, e a vida é suja. Tentei renascer todos os dias, mas a cara de puta não mudava. Me olhavam na rua e me devoram, me estupravam com todos os olhos e ainda me julgavam não ser uma pessoa decente. Já fui pra cama com dez. Em uma noite só dei pra vinte e três, em consciência. Já usei, sim, todos os tipos de drogas. Os caras ainda me davam presentes. Queriam me apresentar até como esposa. Eu aceitava, é claro. Estavam pagando. 
Eu estou envelhecendo. As rugas já brotam nos meus olhos cansados. E as grandes damas sentem-se ameaçadas quando estou por perto. Sentem medo de eu lhes roubar vossos maridos. Tolas, aqueles brochas parecem bichas. Já me cansei de chupar aqueles pintos murchos. Nenhum deles me fizeram gozar. Eu sempre tive que usar o próprio dedo. Homem parece que não serve mais pra porra nenhuma. 
Teve um que eu me apaixonei, as putas também amam, ora! Era carinhoso demais, lindo, moreno, bem dotado. Fodia como poucos. Para ele eu dava até de graça, pedia sempre pra sair assada, e ele nunca me decepcionava. Mas o desgraçado não valia nada também, começou a sair com uma putinha mais nova e a bancou. Sumiram. Me prometeu viagens, eu que viajei. Não sai dessa cidade fajuta.
Agora escrevo essa carta me perguntando como posso renascer diferente todos os dias? Como sofro com cada calo, andando de salto alto, gasto, o dia todo, por essas esquinas perigosas. Já perdi as contas de quantas vezes tive que bater de frente com travesti folgada, querendo cantar de galo na minha zona. Hoje deixo pra lá, envelheci. Me olho no espelho e meus olhos estão com olheiras fundas; maquiagem barata, já não dá muito jeito, fazer o quê? Já assumo meus quarenta e poucos anos. Quase cinquenta. Estou deixando essa vida. Mas a vida vai me deixar? O que eu construí até agora? Queria renascer amanhã e contar outra história. Meus ombros doem, meus pés estão cheios de bolhas. Minha família não me ama. Ninguém nunca mais se apaixonou por mim. Será que eu morri e ainda não percebi? Talvez amanhã eu amanheça um pouco diferente...
Em uma noite fria, eu sou marcas de batom no teu copo vazio!

Hudson Vicente.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Amor e folia



Tu seguravas uma rosa na mão esquerda, o copo na direita; sorrias aberto como se não existisse problemas no mundo. Te olhava e o caos cessava. Tu eras como um poema recitado prestes a explodir.
Quintana te descreveria  com cuidado e eu com afeto. Teu caminhar era uma quase incerteza; dias de chuva, demorados. Teus olhos e sorriso brilhavam como se fossem sol. Encantavas e não era pouco.
Tu pra mim, eras um fim de tarde no Arpoador, depois de uma quarta-feira de cinzas. Confetes e serpentinas espalhados no meio do salão. Tu foste minha bateria de Carnaval. Comissão nota dez. Giraste a baiana sem perder o compasso da dança. Aplausos. Ninguém entendia: como que se disfarça amor em plena folia?

Hudson Vicente.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Só teve amor



Quando você foi embora, me deu vontade de ir também. 
Me jogar no mar, sumir pelo céu, construir minha imensidão em outro espaço. 
Fiquei sozinho. 
Menino. 
Desolado. 
Abracei o vento com o coração partido. 
Segurei na mão vazia o colo que perdi. 
Fica a história de amor impossível, lindo. 
Fica a lembrança que adoça e fere, linda. 
Ficaram nós. 
Nos desataram. 
E o que sobrou pra eles? 
Parte de nós. 
Vou te guardar aqui na minha poesia. 
Ela é a nossa única eternidade. 
Faz parte da viagem.

Hudson Vicente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

I miss you



Parecia o fim do mundo
Era mais uma aurora
Coloquei nossa música
Quem vai contar a história?
Aquele casal que não casou
Deram alguns beijos e rodopiou
Em fins de tarde só sobrava felicidade
No início da noite talvez saudade
Tudo de mim
Parte de nós
Ele sorria bonito para mim
Eu beijava gostoso o corpo dele
Bastava um estar perto
O outro sorria alegre
Eu era mais dele do que a estrela era da noite
No céu a gente era imensidão
Construindo loucuras
Amando bobagens
Vou sentir saudade
Queria te mostrar a eternidade
Fica lembrança
Amizade ou vontade
Foi incrível te conhecer no caminho
Boa sorte na sua viagem
Você foi um dos planetas mais lindos que esbarrei pela galáxia
Foi minha pessoa favorita no melhor início de ano de todos
Sua alma dançou feliz com a minha
Vou sentir saudade!

Hudson Vicente.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Amante



Coloquei música no som da saudade, deixei perfume nas roupas em cima da cama, bilhete de 'bom dia, obrigado pela nossa (boa) transa'. Acho que esquecemos de ter carinho. No meio do caminho tropecei numa dor de cabeça infernal, doía só de lembrar aquele tumulto todo em cima da gente por causa dos nossos beijos, em protesto por liberdade, por amor carnal. Que mal a gente fez? Nos desnudamos por puro prazer. Nem orgasmo chegamos perto de ter, ali no canto escuro da rua. Ninguém notaria, mas acenderam a luz e gritaram. Corremos, feito dois vira-latas, sedentos um pelo outro. Transpirávamos e exalávamos desejo. Foi lá mesmo, em qualquer rua, em um beco bem apertado, pulamos o muro e caímos na cama. Minha boca já percorria todo seu corpo que, de tão quente me queimava como o fogo do inferno, para o qual aqueles crentes diziam que nós íamos para lá. Minha língua deslizava sobre você, se contorcendo de prazer. "Mais, mais, assim mesmo. Não para, baby!", você gritava. Eu ia junto e dizia todas as sujeiras de que minha boca fosse capaz de mencionar. Te amei ali. Amor carnal. Gozamos. Plenos. Suados. Alvoroçados. E depois apagamos. Sonhar nunca foi tão tranquilo. Tive que acordar cedo. Minha cabeça ainda girando. Parecia lsd, mas era mais álcool. Fumei 'um' antes de sair. Te dei um beijo na testa e você sorriu. Confesso, quase não resisti. Te toquei, quase despertando, mas me contive. Sai dali feliz. Não deixei meu número, não disse meu nome, mudei o endereço. Fui covarde. Deus lá em cima me aponta como Judas. Eu daqui debaixo sorrio como Diabo. Se ambos existem, a gente já sabe qual é o nosso papel. Não nasci pra ser santo e nem bancar o romântico. Tenho o coração acelerado que quando perguntam por onde ele responde, digo logo, com um sorriso arreganhado: "com o pau, é claro!".Vou caminhando por essas ruas cheio de incertezas. Cheio de saudade. Com a boca cheia de tesão. Que cena! Que noite! Que espetáculo! Ainda tem seu perfume na minha caminhada. É capaz que na próxima esquina, eu já encontre o meu novo amante.

Hudson Vicente.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

No meio do caminho eu vou sorrir



Meia noite de janeiro de dois mil e dezessete, isso é só um número, para muitos era ano novo, esperança, renovação, prosperidade, amor, novos tempos; para outros continuação, marasmo, mais um dia, menos um dia, outra página em branco. Aqueles fogos na beira da praia durante onze minutos, eram para terem sido doze, mas foram onze, dançavam felizes no céu, e se era possível, o céu conseguiu uma proeza, ficou ainda mais bonito. Inexplicavelmente lindo. Tomado de sorrisos por milhões que te aplaudiam, onde poucos desconfiavam que no meio do caminho tinha um amor. Aquele amor de paixão que de vez em quando a vida nos permite sorrir. Sem peso, com leveza; faz a barriga doer, sentir um incômodo e deixar as borboletas voarem. Qual sua relação com meu estômago? Desde que você apareceu, ele não para de se remoer aqui dentro. Tem gente que sem intenção desperta muito mais que carinho. Ele afeta. Ele aperta. Faz sorrir de graça. É cedo, mas paixão não tem razão, nem destino certo. É o acaso da alegria.
A partida é inevitável, mas quando for embora, lembra de querer ficar. A saudade vai doer, mas não vai rimar com dor. Ela termina em vontade. Longe ou perto, não importa, quando se vive, a gente alcança o céu. 
Obrigado por ter me feito voar, por ter voado comigo. Obrigado por ter sido aquilo tudo que eu nunca tive no meio do caminho. Eu vou sorrir sempre quando lembrar de você.
Deixa eu guardar seu sorriso no meu coração?

Hudson Vicente.