segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Moreno


Vai lá no céu 
Olhar teu tempo
Na hora que a rosa 
Desabrochar

Sentir teu cheiro doce
De perfume amargo
Gosto de morango
Queria tango dançar

Moreno, no céu estrelado
De olhos amedrontados
Escrevi um verso
Te puxei os cabelos
Tão liso

Me pegou pelos dedos
Escapei
E agora, moreno,
Morro de medo de te perder

Tu me dizias que sentias nostalgia
Era teu medo de envelhecer
Sorrias como se nada lá fora mais importasse
Não importava, tu eras o que me faltava

Agora canto pra ver se brota
- "quem espera sempre alcança"?
Errei
Talvez
Sentiste falta de me dizer que eu era bem pior antes de te conhecer?

Moreno, teus olhos me desafiam a parar por aqui
É estranho me declarar assim

Poeta louco
Cansado
Triste
E solitário

Recomecei
Te olhei
Naquele segundo e perguntei:
Tem lugar pra mim, aqui?

Do nada, teu peito começou a florir
Saí pra olhar o céu e nunca mais quis deixar de sonhar
Nosso tempo é agora

Certinho eu não sou, moreno, que lindo, sabe orientar voo?
Voe, Hudson, 
Voe, Poeta,
Voe com amor.

Hudson Vicente.

2 comentários: