quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Quanto tempo tem o céu?


Fechei os olhos, desejei que o tempo não mudasse, que ainda me amasse, que me quisesse por perto. Eu quis querer que o futuro não viesse tão depressa. Os ventos sopraram o passado, misturou nós para todos os lados, desaprumei.

Desequilibrado, não calculei os passos, os riscos de quem não amei. Por onde andei que nunca mais voltei para casa?
Perfeitamente esgotado, maduro, não desabrochei. Troquei passos com a lua, das nuvens me joguei. Acertei na queda livre, quanto tempo faz pra reviver o que me privei?

Não encontro minha casa, nem minha rua; a lua, às sete horas, ponderada, opaca, não fala que não amo mais, que passou, me deixou para trás, e nunca me encontrei. Quem me mudou de lugar me deixou sem saber o que seria de nós.

Um pequeno intervalo, imprevisto, desalinhei. E agora tudo vai tão depressa. Acaba, recomeça e ainda não encontrei. Não achei que tivesse perdido tanto tempo esperando o tempo passar, contando essa tragédia de como é viver e não lembrar que nunca mais voltei para casa.

O céu desabou em nós.

Hudson Vicente.

4 comentários:

  1. Hudson meu amigo, tão necessário ler suas postagens e sempre elas tocam o momento certo! Com tinha compartilhando conosco seus pensamentos mais secretos e bonitos!!

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  2. Você, sempre Muito sensato com as palavras! Amei!!

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  3. Maravilhoso! Perfeito, parabéns amigo.

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