quinta-feira, 1 de junho de 2023

Por que tu não nadas em mim?


Não cansa olhar o céu com esses olhos tão miúdos, quase transparentes, insolar, meu movimento.

Não te cansas olhar tanto, o que estás tentando encontrar? Eu juro não entendo.
Nem se mexe de tão paralisado.

Aqui as ondas em maravilhas marolinhas te transbordam, um bem danado.
Eu canto te vendo, no balanço do mar.

Queria ser rio para desaguar em tu.
Te levar pra longe, mas tu não me alcanças, e sabe, eu me tremo como palavras em busca de ser teu mar, não me contenho.

Te olho daqui de cima, que espanto, nem posso te tocar, tu sabes que é só uma encarnação, fruto da minha Imaginação, na real, sou eu que te invento.

Pode perguntar ao vento.

Vou perguntar de novo: por que tu não nadas em mim?
Já sabes, sou assim, fecho os olhos, rezo por ti, mas por mim, eu não aguento.

Não vou me prolongar, cansei de me atirar, fugindo desse mar, quero olhar outra miragem.

Mas tu sabes que eu sei, tu gostas quando falo de mar.

Ah, mar!

Não precisa se apaixonar por mim,
dessa vez não vou me afogar, aprendi a nadar quando tu recusastes a me ensinar e fui vivendo...
Quando caí em mim.


Hudson Vicente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário