sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ah, moleque!



Era uma lua bonita e um céu pesado, visto da janela aberta do meu quarto, estrelas mal se enxergava na imensidão. O clima estava agradável. Eu sentia frio e depois calor. Fechei os olhos e olhei para o lado. Suspirava. Dormia feito pedra. Eu admirava meio atônito. Mas por fim, senti uma paz. Algo dentro de mim me revirava. De um lado para o outro na cama. Esbarrava. Era fogo. Era carnal. De repente tudo estava tão quente. Eu acendia. Eu instigava. Eu desci. E ele acordou. Finalmente, ele acordou. Estava meio dormente. Salivei. E como salivei. Em um instante despertou. Mas foi romântico. Pediu para que eu subisse. A boca estava cheia d'água. Mordia os lábios. Subi e repousei no seu peito. Ouvi seu coração. Cada batimento. Tum-tum. Tum-tum. Lá embaixo pulsava. Me encarava de cima, enquanto eu admirava de baixo. Bem ali, repousado no seu peito. E então sorriu. Eu me desmanchei. Mesma direção. Um de frente para o outro. Olhares se desejavam. Se comiam e transavam antes mesmo de qualquer toque. Malicioso. Me olhava com os olhos encantados. Eu retribuía com o pensamento: vou te devorar! Faiscou. Nos entregamos. Dois corpos entrelaçados. Viraram um. Barba com barba. Roçando. Mordida nos lábios. Desejo. E lambe. Usa a língua para tudo em cada canto. Sobe e desce. E desce de vez. Ereto. Salivando. Pulsando. De frente para mim. Completamente vermelho. Chupa. Engole. Tudo. E depois repete. Delícia. Delira. Suspira. Grita. Geme. Usa tudo que tem direito: boca, língua, dedos e pau. Agora sobe. Minha vez. Aguenta. Geme. Mais alto. Dói. Deixa doer. Isso, assim. Soca. Beija. Continua. Muda de posição. De frente, de lado, de quatro, em cima, pra baixo. Senta. Mais rápido. Contornando. Isso te excita? Pede mais. Quero mais. Moleque! Bate. Assim, na minha cara. Puxa o cabelo. Vai. Vem. Tô quase lá. Vai explodir. Vai gozar. Explodiu. Agora é minha vez. Abre a boca. Jorra. Aaaaaahhhhh... Ufa. Você foi fantástico. E você, tá pronto pra outra? Melhor dormir agora. Acalma o coração. Moleque! Suspira, deita e dorme. Olha o céu, ali, tá vendo? A gente também pode ser infinito. Eu acho que gozei até minha alma. Me senti um mar. Estava todo molhado. Você foi uma perfeita poesia. Já passou das duas da madrugada. Que lua linda. Silêncio. Boa noite. Dorme bem. Tem como não dormir bem?
E admirei a noite toda aquela cena em um quadro parado. 
Bom, e depois do beijo de boa noite e da poesia, o quê que fica?
Ah, moleque...

Hudson Vicente.

3 comentários:

  1. Espetaculat texto, molecão! Como tenho dito, "o hábito faz o monge", sendo assim, quanto mais escreveres, mais aprimoras, saca? Parabéns, pois neste textículo aconteceu uma explosão de emoções e de palavras que levam à catarse qualquer eu-lírico!

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