sexta-feira, 17 de junho de 2016

Poxa, Chico!



A vida anunciou que chegou
Clareou e amanheceu o dia
Viviam-se mais anos atrás
Viviam-se menos anos atrás
No jornal se vende tragédia
História bonita nego não faz
Matou, roubou, suicidou
- chefe satisfeito
Vendeu, causou, debateram

Tomou o café apressado
Com embrulho no estômago
Na rua sol e trânsito
Inferno de dia longo
Pediu pra Deus
Colocou a música no último volume
Sem rock n' roll preferiu pop francês
Céu azul de abril as nove da manhã
Bom dia desculpe o atraso tem reunião?

No caminho lembra que não te amam e sorri
Compadece com seus pensamentos: quero férias
Dez, onze, doze, treze, hora do almoço
Quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, até amanhã
Chora no caminho seu peito sozinho
Não acha seu lugar, vai embora a pé
Aperta aqui, esbarra ali
Chega, alguns cochilos, fim da aula
Volta e não se encontra

Pétalas de uma flor murcha caídas no chão
É só solidão
Não deu boa noite pro pai nem pra mãe, dormiu com fome
Fez carinho no cachorro e recebeu uma lambida
O mundo não é só um pedaço do globo
Redemoinho

Escuta o Chico
Com a vida a gente não lida
Fecha os olhos com a sensação de que amanhã...
Não vai ser outro dia
Que pena, Chico...
Apesar de você...

Hudson Vicente.

Um comentário:

  1. Boa noite, meu bom! Cada dia melhor1 assim, tornar-me-ei um tiete incorrigível, viu?

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