terça-feira, 23 de maio de 2017

(R)efeito

foi por um triz
me refiz
depois de tanto correr
estou aprendendo a caminhar
pra quê fingir ser feliz?

juntando caquinho por caquinho
não encontrei ninguém
uma casa cheia de espaço vazio
será que posso chamar de lar?
quem nunca se perdeu pelo caminho?

não volta
não volta nunca
nem o tempo andando em passos lentos para trás
também não sei pra onde vou
mas voo

porque tenho asas
não paraquedas
chegamos a um ponto.
sabe voltar?
só sei voar

sozinho
no escuro
menino
feito de cores lindas
seu sorriso ainda me alegra.

Hudson Vicente.

Um comentário:

  1. De um lirismo explícito e comedido, como que se desnudando na penumbra, a meia-lua, apenas para poucas almas sensíveis, capazes de compreender a sutileza contida nas palavras. Gosto disso, meu brother! Tão diferente de um tempo em que escrevias medindo as palavras e não as usando de forma sábia, como hoje! Bora lá, meu brother! Bora, bora, bora, bora, sempre, valeu?

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