quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Há quem diga que isso não é amor


sempre me perguntaram: de onde vem?
por descuido ou preguiça eu sou sempre oculto.
da vida, do mundo.
é clichê dizer que está no céu, no mar, no horizonte, nas flores, até da estrada; inevitável.
exploro outro caminho, o qual nunca fora percorrido.
vem dos sonhos, também de olhos abertos (não quero perder nada de vista); na magia, do doce acaso; no olhar de compaixão de meu avô por minha avó e seus olhos de 74 anos, cansados; no abraço contido entre dois amigos distantes; no carinho na cabeça de dois namorados; em uma tarde fria no meio de julho - o silêncio diz tudo; no amor reprimido e censurado do vizinho do 108 pelo motoboy da farmácia - seu coração estremecia de longe, quem não notaria?; no choro contido de raiva; no tragar de um baseado na beira da praia; o céu a noite fica lindo, coberto de poeira cósmica, brilhantes; nas viagens que a cabeça faz para Nárnia, para Marte (e amarte?), Tão Tão Tão Distante, para Flórida, Plutão ou Espaço sideral...
viaja até as estrelas e é para lá que me encontro entre o sol e a lua, entre o céu e o mar, a chuva vira conexão.
e há quem diga que isso não é amor.
mas minha resposta é simples: nem tudo que eu sinto eu vejo.
nem tudo que vejo é real.
só o coração é toda poesia.
então vou colorindo meu caminho.
aceito companhias e cores
- para tingir a vida.

Hudson Vicente.

2 comentários:

  1. Um jeito diferente ou uma nova maneira de testar seu caminho de escrevinhadura, para perceber-se mais inteiro, com diferentes maneiras de escrever? Se sim, bora lá, buscar e treinar novas formas, mas, a essência, permaneça a mesma, viu, nego?

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