terça-feira, 22 de agosto de 2017

Dança mais um pouco


corre tão depressa que às vezes nem percebe que está parado, a vida da gente às vezes estaciona, que afoitos, mal anotamos a placa.
acelera mais que coração apaixonado ou colocado, tipo ecstasy e sente cada batida de uma maneira diferente.
fecha os olhos e viaja, pra tão longe que nem nota o outro do lado, ali, na mesma vibração, rindo, surtando, fazendo cara de mau, em transe.
pensa que pode voar e dança mais um pouco, meio esquisito, meio sem compasso, meio sem querer.
e ri, abraça o amigo, abraço o estranho, aquele conhecido e todo mundo já faz parte de um todo. bando de loucos, não são poucos os que amam e no dia seguinte nem se lembram para onde foram, às vezes morre e apaga aquela ideia que atormenta. pensa que é imortal.
vai lá: dança mais um pouco, se liberta de todos os seus demônios; são medos, agora, presos, no íntimo de suas almas. que me adianta escrever se ninguém de fora vai entender?
tu sente? nessa viagem, estamos todos de passagem. nem sempre demora. os caminhos são tortos. levanta e dança mais um pouco, porque no fim, a gente morre. e estarão todos dançando além da imaginação.
ei, me deixa aqui, mas não faz silêncio. quero dançar o resto da vida e deixá-la me levar. um dia eu vou partir e isso aqui vai ser igual para todos.
vou rodopiar. obrigado pela carona, a gente ainda se esbarra de novo, mais tarde ou agora. a música não para quando a alma dança feliz.

Hudson Vicente.

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