sábado, 20 de abril de 2019

Estarei aqui

Dizem que quando se abraça, o coração é a primeira parte tocada. Se já não disseram, eu acabei de inventar. Quando os olhos compreendem o motivo do sorriso, é lindo. Até a gargalhada é alta. Se faz presente. Tão gostosa de se ouvir, que é como uma canção. Deveria tocar na rádio durante meses. Quando a saudade bater, a gente repete de novo, feito 'tbt', para 'alimentar' nostalgia.
Outono ainda parece verão quando gostamos tanto de alguém. Mais do que isso, a gente se sente acolhido em qualquer canto. E eu, sempre tão contido, não me contive, me espetei em você pra fazer morada. Poderia passar muitas outras estações ali em qualquer abraço. Mas ficar por perto de quem faz bem pra gente de verdade, é insubstituível.
Mesmo na chuva, que a gente possa caminhar junto e tempestade nenhuma esfriar nossos corações, quando o mesmo já não quiser sorrir para a vida. Que possamos ficar para assistir sessenta pores do sol, e a rotina nos enlaçar e impedir de achar graça em tudo que há em volta. Que possamos foliar nossos carnavais, até mesmo nas quartas-feiras de cinzas, sem medo da ressaca. Que a gente dê sempre a mão e caminhe nem que seja no escuro, um do lado do outro. Que eu seja seu ouvido e você minha voz. Que você seja risada e eu sorriso. Que você seja abraço e eu conforto. Que nós sejamos nós por tanto tempo que até a eternidade duvide da demora dos nossos laços. E lembrar que é só sorrir, que logo o amor florirá (adoramos neologismos).

Hudson Vicente.

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