quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Confabulei



Eu lembro que te desejei naquela noite, quando nossos olhares se cruzaram, na varanda, em frente à piscina, um aperto de mãos, frio, mal deu tempo de te puxar nas memórias. Era estranho. A gaveta do tempo estava bagunçada. O importante é que não éramos quem fomos. Agora somos nossas melhores versões. Meus pensamentos te atacam durante os dias, não é breve, sinto lonjuras de nós. Receio, por assim dizer. Quebraram o encanto. Não te olho, te vejo. Me enxergo encantado com tudo que vem de você. Tenho meus pés atrás. O histórico ainda é conturbado. Os finais são desgastantes. É preciso tirar toda poeira da estante. Aos olhos do Poeta, você é uma poesia pronta que ele está tentando confabular. Você tem sido abraço, sorriso, conforto, amigo. Estava meio perdido, parece que você chegou e perguntou se queria ajuda pra encontrar. Te achei, me achei. Você não é como o outro dizia que era. Estou me divertindo. Não é nada piegas dizer que o amor é importante. Vou deixar ele mais pra frente. Quem sabe um dia a gente não se encontra por lá? Parece que antecipei o ano novo, pulei as ondinhas e agradeci por ter descoberto aqui. Isso é tão cafona quanto uma carta que havia escrito há uns meses atrás e rasguei. Talvez nem me leve a sério, não faz mal. O passado passou do meu lado no outro dia e eu não senti nada. Aprendi a me levantar sozinho. Admiro os olhos encorajados, que me deixam louco, quando você sorri, pronto, eu me desmonto todo. O vento que soprou naquela noite, ainda me deixa com o frio na barriga em descobrir: quem é você?

Hudson Vicente.

5 comentários:

  1. É isso aí, seu moço. Bora botar a pena para escrever, pois na aplicação vem a perfeição. Portanto, dê seus pulos e arranje as inspirações necessárias à labuta, viu? Abração, tudo de bom e seguimos juntos, nego!

    ResponderExcluir