terça-feira, 27 de novembro de 2018

Vai embora, mas volta


Quando o amor acaba, você vai embora, pega suas coisas e some. Suas fotos apagam, seu cheiro muda.
Quando o amor acaba, você limpa o rosto, tira a maquiagem, muda de roupa, põe um casaco, verão vira inverno - dentro da sua cabeça é um inferno.
Quando o amor acaba, a poesia fica, livro muda, a música se cala. E o dia a dia fica escuro.
Quando o amor acaba, as baladas voltam, as bebidas aumentam, os porres são frequentes, toda segunda-feira tem gosto de ressaca.
Quando o amor acaba, o amor dos amigos batem à porta, você acolhe, sem jeito, pede desculpas, rasga as cartas e outras fotos. Vai ao cinema, chega em casa e chora.
Quando o amor acaba, definitivamente, ele morre. Morre pra renascer talvez numa próxima esquina ou em outro bar, com dose dupla de caipirinha.
Você quer fazer tudo de novo, as contas apertam, a faculdade te desespera, e de repente você esquece de amar. Perde a noção do tempo. Os meses vão passando, as matérias acumulando, você esquece de sonhar.
Quando esquece do amor, ele volta. Sem perceber. De morto, o amor não morre. Nunca morreu. Ele "te esqueceu".
O amor volta. Sempre volta. Com um sorriso e brilho nos olhos diferentes. Ah, o amor como te deixa idiota. Ele é lindo, mas por favor, não se enforca. Quando ele bater na porta, deixa entrar. Trate bem a visita, para que ela goste de ficar. E te reinventar...

Hudson Vicente.

3 comentários: