segunda-feira, 11 de março de 2019

Oito de março

"Vai ser feliz".
O carnaval acabou. Foi intenso, imenso, profundo, mar revolto; olhei o amor e partiu. Sorri, pode-se dizer, fui feliz aqui. Cheio de glitter por todo o corpo, a alma infestada de purpurina. Quem via, era alegria. E era.
Pintei o cabelo, abracei amigos; confetes no chão, música alta, chovia, fazia sol, quanta história nesse verão.
Senti saudade, vontade de dançar, voar nos braços da poesia, me afoguei em nostalgia, troquei olhares com a vida, beijei o mundo, chorei no último dia, por ter sentido saudades todos os dias. Não mandei mensagens, entrei em desespero - queria carnaval o ano inteiro.
Troquei de fantasia, me vesti de amor, queria ser flor - ele não tinha espinhos, algumas cicatrizes, reencontrei. Confesso, quase chorei. Me senti perdoado, amei de novo o meu passado.
É oito de março, de repente deixei pra lá algumas cascas, olhei pro chão para não tropeçar em todas as pedras, joguei roupas fora, desfiz a mala, troquei fotos dos porta-retratos, mudei a roupa de cama, encarei o espelho e me senti mais leve.
Lembrei dele de novo, que bom que está sendo feliz (sem mim). Ainda assim, o amo. Mas amei outros. E pude me amar também. Talvez a vida seja isso: sonhos entre realidades.
A gente sempre sente saudade. Eu sou intenso, delicado como um girassol. Pinto minha vida com as cores mais bonitas, admiro os céus mais azuis, sonho com os amores mais incríveis, com as almas mais doces, com os carnavais mais felizes. O mundo precisa ser mais tranquilo e o sorriso no rosto mais forte. Vai ver, no final do arco-íris, talvez só se precise de mais sorte.

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