segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Poeta, Deus é teu


Se és um dos meus
Oh poeta! Por que não me escreves sem pressa?
Que fúria solene é essa que te toma
e tanto me afeta?
Revolucionário, parece um soneto de Augusto dos Anjos
Se atira no mar
Apaga o cigarro
Esquece a luz do quarto
Acende meus desejos
Me excita com um olhar lançado sem receio
Inteiro, me encontro aos pedaços
Jogado na cama, alucinado de prazer
Tua boca me devorava como um cortejo à noite mais suja da vida
Esqueci dos versos de Alexandria
Incitava minha ansiedade
Serena a noite já pedia passagem
Vinicius me mataria, não entendo nada de poesia parnasiana
Confundo estrofes, perco as contas dos versos, separo a sua vida da minha, ligo os pontos errados
À vida, renuncio, antes de publicar mais essa linha:
Oh, poeta, querido, me despeço, eternizo-te como um simples verso, cruel-ateu. Deus existe, é como o amor. E você nem vê.

Hudson Vicente.

Um comentário: