segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Segunda feira


Quando me perguntam o que eu quero da vida, demoro sempre a responder, rio (de desespero), enrolo, penso mais um pouco, ensaio uma frase de efeito ou algum clichê cotidiano do tipo deixo a vida me levar.
Tenho receio de não convencer. O que você quer da vida quando você só tem 21 anos? Grito por paz, amor e liberdade. Uns amigos legais, um emprego bacana e alguém pra fazer carinho e amor no final do dia. Mas a resposta muda se me perguntam isso em um final de semana quando o que eu mais quero é curtição e viver tudo que não vivi. É sempre um caminho perigoso. Como agora. Em uma segunda feira, onde eu tenho mais medos do que coragens.
Então você pode me perguntar do que eu tenho medo. Vou te responder: descobrir o sentido da vida e entender essa merda toda, vou dizer baixinho que tenho medo de rato, da morte, do meu time perder (mais) uma final para o maior rival, perder meus pais, envelhecer, casar, engravidar uma mulher; tenho medo do Temer, medo de religião e todo esse mal que fazem para justificar a falta de amor; tenho medo também das segundas feiras, ler Paulo Coelho, brigar por diva pop e ser considerado fã da Beyoncé; medo das promessas de eternidade e assistir filme de terror legendado. Entre alguns outros que já não vale a pena ser citado.
Eu entendo, sempre fujo quando me perguntam o que eu quero da vida. Eu quero tudo, quero o mundo e não esperar nada da vida nem de ninguém. Inevitável. Nessa roda gigante, entendi o que a vida quer de mim: coragem. Estou só de passagem, nesse jogo de brincar de viver, vou aprendendo, vou errando, vou acertando. Sou aprendiz porque 'a estrada vai além do que se vê'.

Hudson Vicente.

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