segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Grita pro mundo



Rasga esse papel de amor de novela.
Esses sonhos de romance igual contos de fadas.
Larga dessa história de final feliz.
Felizes para sempre é o fim.
Cansa.
Esgota.

Amor é versões.
É verbo conjugado no infinitivo tentando ser infinito mesmo nas suas finitudes.
É o dia a dia arrastado.
Todo fim de tarde na volta do trabalho, cansado, dentro do transporte esperando chegar em casa para se jogar na cama e descansar.
Olhar para o lado e não ter solidão.
Encontrar afago.
Peito cansado e ainda assim sentir vontade de abraçar depois do desentendimento, das palavras amargas, do olhar rude, minucioso...
Não é fácil o amar.
Acordar às 6 horas numa manhã de segunda feira e desejar bom dia.
Rotina.
Cotidiano.
Meses.
Anos.
E assim mesmo sorrir.
Sem motivo.
Encontrar um que seja para fazer alguém feliz e buscar não ser infeliz.
Ter paciência.
Aguentar mau humor.
Crise de existência.
Lágrimas.
Tocar o outro com jeito.
Aceitar os defeitos e qualidades.
Por fim olhar no fundo dos olhos, demonstrar o quanto é importante.
Abraçar.
É... o amor é raro.
Grita pro mundo.
Tem gente que precisa ouvir.
Sentir.
Amar.
Soltar.
Voar.

Hudson Vicente.

3 comentários:

  1. Obrigado pelo carinho de sempre se lembrar de mim e enviar-me seus textos que, como já o disse, vão-se aprimorando, com você achando a verve literária, tracejando um caminho único e sem caminho de volta, pois, escrever é algo avassalador, que nos toma, nos enreda, nos envolve, nos seduz e, quando nos damos conta, eis mais um belo texto, não é mesmo? Abração e frente, sempre, valeu?

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