terça-feira, 25 de outubro de 2016

Linha reta ou zig zag?



respeita minhas estrada velhas,
meus caminhos esburacados,
os joelhos ralados, as dúvidas
nas minhas certezas, os breves
abraços, os esboços de felicidade,
minhas cicatrizes.

não tem sido fácil até aqui.
corri quando era para caminhar,
caminhei ao me perder, 
enlouqueci quando deveria acelerar.
parei para pedir informação, ajuda
o que fosse, mas na estrada não
passava ninguém.

amanheci sem norte.
consegui até um oásis vez ou outra.
esbocei liberdade mas não me entenderam,
transformei em solidão e riram
feito besta da minha cara de palhaço.
me puseram um sorriso no rosto
e pediram para que eu continuasse.

eu era fraco. nunca fui forte, cai.
não foram duas ou quatro vezes.
o abismo não era tão imenso.
me joguei em outra ilusão:
vi rostos risonhos, acenei para os frios,
acalmei os exaltados, não me segurei
quando passei os olhos nos perversos.

quase me encantei.
quase me iludi.
quase fui feliz.
quase mergulhei quando
deveria voar.
quase fui livre.
meu erro?
fui quase.
e agora o que restou de mim?

uma longa e intensa página
sem informações verídicas...
não me julgue.
ainda não terminei o percurso.
acelero e ando.
vai que lá no final do infinito
tenha um outro amanhecer
tão bonito... ou menos sofrido!

Hudson Vicente.

Um comentário:

  1. Não sei o porquê de não haver ainda lido este poema teu, mas, senti-o como um direto na ponta do queixo, daqueles que deixam a gente grogue, zonzo, meio sem saber "quem estou, onde sou", até que o "grand finale" chegue em forma de uma amônia, para despertar do êxtase! Valeu, meu bom! Amei muito tudo isso!

    ResponderExcluir