terça-feira, 3 de julho de 2018

Eu quero contar de você


Alguém sempre vai sentir demais. Eu tenho medo é de errar. Por ser cedo demais. Por querer demais. E acabar tropeçando. Faz tempo que não fica ninguém por aqui. Tem sido raro alguém querer fazer companhia, olhar no fundo dos olhos e vê refletindo reciprocidade.
É como numa corrida de carros, a estrada pede para ir com calma, e eu no desespero, ponho o pé no acelerador... disparo. É perigoso. Corro o risco de atropelar um monte de coisas. Sendo que o medo é ficar para trás. Ninguém vem com manual de instruções para nos coordenar em como agir.
Sinto o vento na cara, pista livre, e você parece bem proximo, é minha linha de chegada. Vai batendo um desespero de não conseguir chegar. Meu único adversário parece ser eu mesmo e esse medo danado de não te alcançar. Às vezes você fica bem perto, tem hora que está tão longe. Eu acelero e reduzo a velocidade. É difícil fazer alguma coisa. Passo o dia todo tentando finalmente chegar no ponto de partida. Ou seria chegada? E se já tiver partido? Sou inseguro, tenho medo de não ter mais ninguém lá. E eu vagar e vagar sozinho.
Quero te alcançar. Quero chegar perto da curva da Vitória e te ver lá: sorriso e braços abertos, pronto para comemorar comigo. Pronto para estar lá e subir no pódio. Levanta a bandeira, grita, faz algum sinal. Embora afobado, tento ir com calma. Eu quero mesmo é o que vem da alma. E adoraria caminhar contigo de pés descalços, sem pressa, com vento no rosto. Nessa vida, já corri demais. Chega. Me deixa louco. Deixa eu te encontrar. E contar de você... O oposto do caos é calmaria.

Hudson Vicente.

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